segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Momento de Louvor



Gosto muito de alguns louvores do Ministério Diante do Trono, em especial os mais antigos, mas em seu mais recente álbum CREIO, alguns louvores são belos e nos levam a uma adoração prazerosa. Em especial gosto muito do louvor "Grande Deus" e deixo para vocês ouvirem a letra a qual exalta ao único digno de nosso louvor!!


Paz a todos..;)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

A obrigação de parecer feliz


Foto1Tenho pensado muito sobre fotografias. Já reparou como ninguém fotografa momentos tristes? Você já viu alguém ficar tirando fotos em velórios, registrando o instante em que recebeu zero na prova, compartilhando no Instagram a imagem do pai em coma no hospital ou fazendo álbum de fotos dos piores momentos da festa de aniversário? Se eu pego uma câmera e aponto para você, qual é sua reação imediata? Deixe ver se acertei: dar um sorriso. O dia pode estar um inferno, mas se alguém vira uma lente em sua direção… você mostra logo os dentes. Depois do clique, seu rosto volta ao normal e aquela cara de felicidade obrigatória desmonta em um segundo. Curioso isso. Alguma vez já parou para refletir por que temos essa obrigação inconsciente de mostrar para o mundo como somos inevitavelmente felizes e irremediavelmente sorridentes?
Pegue por exemplo um álbum de fotos (ainda existe isso fora do computador?)  da vida de alguém. Se você folhear da primeira à última página vai jurar que a existência daquela pessoa foi um desfile interminável de bons momentos. Sempre sorrindo. Quando a foto é em grupo, todos juntam as cabeças e… sorrisos transbordam. Pelo menos até o fotógrafo falar “pronto”. Aí aqueles rostos perenemente sorridentes vão se lembrar da conta Foto2a pagar, do desemprego, do casamento infeliz, da dor de cabeça que não passa, do namorado que te trocou por outra, da rotina, do tédio, da depressão, da crise do petróleo, do aquecimento global, do apocalipse maia! Em outras palavras; sorrisos em fotos muitas e muitas vezes não significam nada. Não representam uma felicidade real. São um mero hábito, uma formalidade. São fachadas pintadas com o único objetivo de deixar para a posteridade a impressão de que você é e sempre foi feliz.
Mas… por quê? Por que temos a obrigação de ser felizes 24 horas por dia, sete dias por semana? Curiosamente, a infelicidade é vista como uma derrota pessoal. Demonstrar para os outros que a felicidade foi ali e já volta parece uma falha de caráter. E somos tão despreparados para lidar com nossas próprias infelicidades que também não sabemos como lidar com a infelicidade dos outros – por isso há tantos infelizes sem consolo nas igrejas. O despreparo é generalizado. Se você está triste, repare que a maioria das pessoas não vai te abraçar em silêncio ou chorar com você, mas dizer frases feitas que tentam impor felicidade: “Que isso, levanta esse astral!”, “Tá triste por que, a vitória é tua!”, “Não reclama de barriga cheia, pensa nas criancinhas da Etiópia que estão morrendo de fome”, “Fica assim não, rapaz, bola pra frente, ânimo!”. Palavras, palavras e palavras… que de fato nessas horas não servem de nada – ninguém fica feliz de repente só porque alguém chegou e disse “Não fica triste não”.
Foto3Repare que Jesus não gastava muitas palavras para consolar: ele agia para gerar consolo. O Mestre, “movendo-se de íntima compaixão”, empatizava com os infelizes, chorava com eles e não fazia nenhuma questão de dizer “chora não, vai passar”. Pois Ele era “um homem de tristeza e familiarizado com o sofrimento. Como alguém de quem os homens escondem o rosto, foi desprezado, e nós não o tínhamos em estima” (Is 53.3). Jesus não forjava uma falsa felicidade. Em Mateus 26, vemos o Mestre, em um momento de extrema infelicidade, dizer no Getsêmani a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu, entristecido e angustiado: “A minha alma está profundamente triste até à morte”. Meu Deus… que declaração! De uma honestidade e transparência que em nossos dias seria considerada vinda de um derrotado, um fracassado, um ser de segunda classe: jamais de um servo de Deus, pois, afinal, somos mais do que vencedores! Sorria, você é filho do Rei! Sim, mas… o unigênito Filho do Rei chorou de compaixão da infelicidade dos que estavam junto ao sepulcro de Lázaro e viveu sua própria infelicidade na agonia do cálice que beberia em sua plenitude: seu sorriso de agonia era banhado pelo suor de sangue que emoldurava aquele rosto de amor.
“A minha alma está profundamente triste até à morte”. Uau. Que tapa na cara da nossa obrigação de parecer sempre feliz.
Foto4Podemos considerar que a Bíblia é o álbum de fotografias de Jesus de Nazaré. Nela estão registrados os principais momentos da vida do Cordeiro de Deus. Mas, ao contrário dos nossos álbuns humanos, Ele não tentou nunca simular uma felicidade inextinguível, uma vida de alegria todo dia. No álbum de fotos de Jesus vemos sim momentos felizes, como a festa de casamento em Caná, seus muitos encontros com seus amigos, sua entrada triunfal em Jerusalém. Mas esse álbum é também o registro de sua humilhação. O vemos cuspido. O vemos apanhando com chibataNão simule uma existência paradisíaca e extraordinariamente feliz, meu irmão, minha irmã. Celebre sim e muito os momentos bons e alegres, isso é importante. Diria até que é vital. Mas nunca perca a honestidade de reconhecer seus períodos de infelicidade, pois eles são lamentavelmente muito preciosos. Eles moldam nosso caráter, nos fazem refletir, nos levam a mudar de rumo, nos dão a humildade de chegar em oração a Deus e confessar que só nele temos felicidade acima de qualquer circunstância.
Meu desejo sincero é que no álbum de fotografias da sua  vida haja mais fotos de sorrisos do que de lágrimas. Desde que os sorrisos sejam sinceros – a mera contração de músculos do rosto não atesta um coração sorridente. Mas, se as lágrimas vierem, não as esconda por trás de um sorriso forçado e obrigado. Fotografe-as na sua lembrança para nunca se esquecer delas. Quem só quer se lembrar dos momentos felizes está abrindo mão da sua verdade enquanto homem. Assuma seus momentos infelizes. Deixe-os desempenhar seu papel em sua vida. E jamais se esqueça deles – pelo contrário, ponha-os na melhor moldura que puder.s. O vemos sendo esbofeteado. O vemos sendo ofendido e caluniado. O vemos nu. Com sua pele sangrenta totalmente exposta numa cruz, os genitais à mostra, sem ter como cobrir sua vergonha porque suas mãos estavam cravadas na madeira. Não, o álbum de fotos do Pão da Vida não teve nunca a intenção de simular uma felicidade interminável e onipresente, mas sim a intenção de desnudar a verdade da Verdade, para que nós mesmos possamos desnudar a nossa verdade. Ante os homens e ante o Pai. Seja ela de felicidade ou infelicidade. Que lição para seres que sentem-se na obrigação de estar sempre aparentando felicidade!
Foto5No Jardim das Oliveiras, o coração de Jesus se encheu de infelicidade. No caminho do Calvário, o coração de Jesus se encheu de infelicidade. Suspenso na cruz, o coração de Jesus se encheu de infelicidade. Só que, mais à frente, depois do calvário e da crucificação, houve uma sepultura vazia. Lembre-se que o pão e o vinho são uma foto dessa sepultura. São a lembrança honestamente sorridente da vitória eterna. E é a foto desse sepulcro que nos garante uma felicidade que durará para sempre, a partir do momento em que dermos nosso primeiro passo na eternidade. E é por isso que, creio eu, no Céu não haverá fotografias: pois lá não precisaremos simular uma felicidade aparente. Lá, a felicidade não dependerá de a demonstrarmos. Na eternidade, a felicidade simplesmente é. A presença de Deus descartará no Céu o que será inútil, como revela Apocalipse 21: não haverá templo algum, pois o Senhor Deus todo-poderoso e o Cordeiro são o seu templo.  Tampouco haverá sol nem lua, pois a glória de Deus será a luz do Céu – e o Cordeiro, a sua candeia.  Suas portas jamais se fecharão de dia, pois ali não haverá noite.
Sim, creio que no Céu não haverá fotos, pois serão desnecessárias num lugar em que as melhores lembranças que pudermos ter da vida terrena não deixarão saudades e onde caminharemos ao lado de um Deus que enxugará dos nossos olhos toda lágrima. E lá não haverá mais morte. Nem tristeza. Nem choro. Nem dor.
Só felicidade.
Paz a todos vocês que estão em Cristo
Maurício
Fonte:http://apenas1.wordpress.com/

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

JESUS, nome sobre todo nome!!

 
 
 
 
 
O nome de uma pessoa é sua maior identidade. O nome representa a personalidade, o caráter e a missão de uma pessoa. Recebe-se um grande nome por herança, doação e conquista. Jesus tem o nome sobre todo o nome por essas três razões. O nome de Jesus é conhecido no céu, na terra e no inferno. Anjos, homens e demônios se curvam diante de sua majestade. Ele é o Senhor dos senhores, o Rei dos reis, o Soberano dos reis da terra. Nele vivemos, nos movemos e existimos. Ele é a nossa vida, a nossa paz, a nossa alegria, a nossa herança, a nossa justiça, a nossa salvação.

 
Em primeiro lugar, Jesus herdou o maior de todos os nomes (Hb 1.4). Jesus é a exata expressão do ser de Deus, o resplendor máximo da sua glória, o herdeiro de todas as coisas. Por isso, herdou mais excelente nome do que os anjos e foi exaltado acima de todos os seres celestiais. Ele está entronizado acima dos querubins. Diante dele até os serafins cobrem o rosto. Ele é o Rei da glória e diante de sua majestade todo o universo se curva. Jesus é tudo em todos. Ele é o centro da eternidade e da história. Ele é o agente da criação, o sustentador do universo, o regente que governa os destinos da história e faz todas as coisas conforme o conselho de sua vontade. Não há nenhum nome que se compare ao nome de Jesus. Nenhum nome que esteja acima do nome de Jesus. Esse nome ele herdou do Pai.
 
Em segundo lugar, Jesus recebeu por doação o maior de todos os nomes (Fp 2.9-11). Pelo fato do Rei da glória ter se tornado servo e se humilhado até à morte e morte de cruz, Deus Pai o exaltou sobremaneira, acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e debaixo da terra e toda língua confesse que Jesus é o Senhor para a glória de Deus Pai. Não há salvação fora do nome de Jesus. Ele recebeu esse porque é o Salvador do seu povo (Mt 1.21). Não há nenhum outro nome dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos (At 4.12). Há poder no nome de Jesus para curar os enfermos (At 3.6). Há poder no nome de Jesus para libertar os cativos (Lc 10.17). Há poder no nome de Jesus para termos nossas orações respondidas (Jo 16.23). O nome de Jesus é o centro das Escrituras. Jesus é o Alfa e o Ômega. Ele é o Maravilhoso Conselheiro, o Deus forte, o Pai da eternidade e o Príncipe da paz. Jesus é Verbo eterno, o Emanuel, o Pão da vida, a Luz do mundo, a Videira verdadeira. Ele é o bom Pastor, a Porta das ovelhas, o Caminho, e a Verdade e a Vida. Ele é a Ressurreição e a vida, Aquele que esteve morto, mas está vivo pelos séculos dos séculos. Ele é o Salvador, o Messias e o Senhor. Diante de seu nome reis e vassalos, ateus e religiosos, ricos e pobres, doutores e analfabetos, anjos, homens e demônios precisam se curvar. Seu nome está acima de todo nome que se possa referir no céu e na terra!
 
Em terceiro lugar, Jesus recebeu o maior de todos os nomes por conquista (Cl 2.15). Jesus triunfou sobre os principados e potestades na cruz, despojando-os e decretando sua consumada derrota. Foi na cruz que Jesus esmagou a cabeça da serpente. Foi na cruz que Jesus arrancou a armadura do valente e o expôs ao desprezo. Jesus venceu o diabo, a morte e o pecado. Ressuscitou triunfantemente, ascendeu ao céu e foi entronizado com glória e majestade, acima de todo principado e potestade. Ele tem as chaves da morte e do inferno. Jesus tem todo o poder e toda autoridade no céu e na terra. Ele tem o livro da história em suas onipotentes mãos. Em breve, ele voltará com grande poder e glória para julgar as nações. Então, ele calcará aos pés todos os seus inimigos e todos os reinos do mundo serão do Senhor e do seu Cristo e ele reinará pelos séculos dos séculos. O universo inteiro se ajoelhará para dizer: “Ao que está sentado no trono e ao Cordeiro seja o louvor, e a honra, e a glória e o domínio pelos séculos dos séculos”. Então, depositaremos aos seus pés nossas coroas e o serviremos por toda a eternidade!

Fonte: http://hernandesdiaslopes.com.br/2012/12/jesus-o-nome-sobre-todo-nome/

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Momento de adoração!!



Será que um dia compreenderemos quem de fato é o Deus a quem servimos? Saberemos medir sua misericórdia em nossas vidas tão mesquinhas e minusculas. Talvez o segredo esteja justamente ai, em jamais compreendermos e sabermos de fato quem Ele é, e do que é capaz de fazer!!

Um Deus grande e potente jamais seria decifrado por seres tão ínfimos como nós. Mas de uma coisa eu sei. Sei que esse Deus nos conhece e nos compreende perfeitamente e mesmo sendo seres tão mesquinhos e ruins..Ele nos ama e quer nosso bem!!

Te amo pai..;)

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Momento de louvor!!




Onde Fores Eu Vou

Onde fores, eu vou
O que disseres, eu digo
O que oras, eu oro
O que oras, eu oro


Jesus somete fez
O que ele viu você fazer
Ele apenas diria o que ele ouviu você falar
Ele apenas se moveria, quando ele sentir que você foi na frente
Seguindo seu coração, seguindo seu espírito


Como eu poderia esperar caminhar sem Ti
Quando cada movimento que Jesus fez foi em entrega
Não começarei a viver sem Ti
Pois somente Tu és digno
E Tu és sempre bom


Mesmo que o mundo pareça esquecer rápido
Nós não esqueceremos quem Tu és o que fizeste por nós

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

É Sempre uma Falta de Amor Criticar e Julgar?



Por Augustus Nicodemus Lopes


Tornou-se comum evangélicos acusarem de falta de amor outros evangélicos que tomam posicionamentos firmes em questões éticas, doutrinárias e práticas. A discussão, o confronto e a exposição das posições de outros são consideradas como falta de amor.

Essa acusação reflete o sentimento pluralista e relativista que permeia a mentalidade evangélica de hoje e que considera todo confronto teológico como ofensivo. Nossa época perdeu a virilidade teológica. Vivemos dias de frouxidão, onde proliferam os que tremem em frêmito diante de uma peleja teológica de maior monta, e saem gritando histéricos, "linchamento, linchamento"!

Pergunto-me se a Reforma protestante teria acontecido se Lutero e os demais companheiros pensassem dessa forma.

É possível que no calor de uma argumentação, durante um debate, saiam palavras ou frases que poderiam ter sido ditas ou escritas de uma outra forma. Aprendi com meu mentor espiritual, Pr. Francisco Leonardo Schalkwijk, que a sabedoria reside em conhecer “o tempo e o modo” de dizer as coisas (Eclesiastes 8.5). Todos nós já experimentamos a frustração de descobrir que nem sempre conseguimos dizer as coisas da melhor maneira.

Todavia, não posso aceitar que seja falta de amor confrontar irmãos que entendemos não estarem andando na verdade, assim como Paulo confrontou Pedro, quando este deixou de andar de acordo com a verdade do Evangelho (Gálatas 2:11). Muitos vão dizer que essa atitude é arrogante e que ninguém é dono da verdade. Outros, contudo, entenderão que faz parte do chamamento bíblico examinar todas as coisas, reter o que é bom e rejeitar o que for falso, errado e injusto.

Considerar como falta de amor o discordar dos erros de alguém é desconhecer a natureza do amor bíblico. Amor e verdade andam juntos. Oséias reclamou que não havia nem amor nem verdade nos habitantes da terra em sua época (Oséias 4.1). Paulo pediu que os efésios seguissem a verdade em amor (Efésios 4.15) e aos tessalonicenses denunciou os que não recebiam o amor da verdade para serem salvos (2Tessalonicenses 2.10). Pedro afirma que a obediência à verdade purifica a alma e leva ao amor não fingido (1Pedro 1.22). João deseja que a verdade e o amor do Pai estejam com seus leitores (2João 3). Querer que a verdade predomine e lutar por isso não pode ser confundido com falta de amor para com os que ensinam o erro.

Apelar para o amor sempre encontra eco no coração dos evangélicos, mas falar de amor não é garantia de espiritualidade e de verdade. Tem quem se gabe de amar e que não leva uma vida reta diante de Deus. O profeta Ezequiel enfrentou um grupo desses. “... com a boca, professam muito amor, mas o coração só ambiciona lucro” (Ezequiel 33.31). O que ocorre é que às vezes a ênfase ao amor é simplesmente uma capa para acobertar uma conduta imoral ou irregular diante de Deus. Paulo criticou isso nos crentes de Corinto, que se gabavam de ser uma igreja espiritual, amorosa, ao mesmo tempo em que toleravam imoralidades em seu meio. “... contudo, andais vós ensoberbecidos e não chegastes a lamentar, para que fosse tirado do vosso meio quem tamanho ultraje praticou? Não é boa a vossa jactância...” (1Co 5.2,6). Tratava-se de um jovem “incluído” que dormia com sua madrasta. O discurso das igrejas que hoje toleram todo tipo de conduta irregular em seus membros é exatamente esse, de que são igrejas amorosas, que não condenam nem excluem ninguém.

Ninguém na Bíblia falou mais de amor do que o apóstolo João, conhecido por esse motivo como o “apóstolo do amor” (a figura ao lado é uma representação antiquíssima de João) Ele disse que amava os crentes “na verdade” (2João 1; 3João 1), isto é, porque eles andavam na verdade. "Verdade" nas cartas de João tem um componente teológico e doutrinário. É o Evangelho em sua plenitude. João ama seus leitores porque eles, junto com o apóstolo, conhecem a verdade e andam nela. A verdade é a base do verdadeiro amor cristão. Nós amamos os irmãos porque professamos a mesma verdade sobre Deus e Cristo. Todavia, eis o que o apóstolo do amor proferiu contra mestres e líderes evangélicos que haviam se desviado do caminho da verdade:

- “Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos” (1Jo 2.19).

- “Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho” (1Jo 2.22).

- “Aquele que pratica o pecado procede do diabo” (1Jo 3.8).

- “Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo” (1Jo 3.10).

- “todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo” (1Jo 4.3).

- “... muitos enganadores têm saído pelo mundo fora, os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne; assim é o enganador e o anticristo... Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus... Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas. Porquanto aquele que lhe dá boas-vindas faz-se cúmplice das suas obras más” (2Jo 7-1).

Poderíamos acusar João de falta de amor pela firmeza com que ele resiste ao erro teológico?
O amor que é cobrado pelos evangélicos sentimentalistas acaba se tornando a postura de quem não tem convicções. O amor bíblico disciplina, corrige, repreende, diz a verdade. E quando se vê diante do erro seguido de arrependimento e da contrição, perdoa, esquece, tolera, suporta. O Senhor Jesus, ao perdoar a mulher adúltera, acrescentou “vai e não peques mais”. O amor perdoa, mas cobra retidão. O Senhor pediu ao Pai que perdoasse seus algozes, que não sabiam o que faziam; todavia, durante a semana que antecedeu seu martírio não deixou de censurá-los, chamando-os de hipócritas, raça de víboras e filhos do inferno. Essa separação entre amor e verdade feita por alguns evangélicos torna o amor num mero sentimentalismo vazio.

O amor, segundo Paulo, “é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1Coríntios 13.4-7). Percebe-se que Paulo não está falando de um sentimento geral de inclusão e tolerância, mas de uma atitude decisiva em favor da verdade, do bem e da retidão. Não é de admirar que o autor desse "hino ao amor" pronunciou um anátema aos que pregam outro Evangelho (Gálatas 1). Destaco da descrição de Paulo a frase “O amor regozija-se com a verdade” (1Coríntios 13.6b). A idéia de “aprovar” está presente na frase. O amor aprova alegremente a verdade. Ele se regozija quando a verdade de Deus triunfa, quando Cristo está sendo glorificado e a igreja edificada.

Portanto, o amor cobrado pelos que se ofendem com a defesa da fé, a exposição do erro e o confronto da inverdade não é o amor bíblico. Falta de amor para com as pessoas seria deixar que elas continuassem a ser enganadas sem ao menos tentar mostrar o outro lado da questão.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Perfeito amor


Tenho lido e ouvido muitas coisas sobre o amor cristão. Vozes de todos os lados levantam as mais variadas teorias sobre como deve ser o amor entre nós, que pertencemos à família de Cristo. Já ouvi de tudo. E já vi de tudo. Adeptos de diferentes linhas são bem-sucedidos e malsucedidos em suas vidas amorosas ou afetuosas. Parece não haver a fórmula infalível da felicidade afetiva, que comprove na prática o que muitos defendem na teoria. Por isso fui às Escrituras tentar encontrar uma resposta. Não tenho a petulância de dizer “é assim” ou “é assado”, mas podemos seguir pistas bíblicas que dão uma boa base para responder: afinal, como nós, cristãos, devemos amar?
O amor é algo divino. Quando João diz em sua primeira epístola que “Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele”, vemos que amor não é invenção de filmes de Hollywood ou de livros água com açúcar para adolescentes, é uma verdade bíblica e celestial absoluta. O amor existe. E é algo que identifica-se diretamente com a essência do Criador. Tanto é assim que 1 Coríntios 13 nos dá o retrato falado do amor ágape, o amor celestial. Não, não podemos usar esse texto para escrever cartas apaixonadas para nosso namorado ou nossa esposa, o amor a que Paulo se refere aqui é o de Deus e não o dos homens: jamais a humanidade pecadora e imperfeita conseguirá amar desse modo. Na prática é simplesmente um ideal inatingível.
Apesar disso, podemos e devemos ver no amor de Deus um exemplo a ser seguido no amor entre os homens. Quando Jesus diz na famosa passagem de João 3.16, “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”, uma coisa fica clara: o amor que agrada Deus é aquele em que quem ama abre mão de si pelo outro. É o famoso “amor sacrificial”. É o mesmo princípio proposto por Paulo em Efésios 5, onde  lemos “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós”. Logo em seguida, nesse mesmo capítulo, vemos a mulher sendo conclamada a submeter-se ao marido e o marido a amar a esposa como Cristo amou a Igreja. Em tudo aqui o que fica claro é o interesse da pessoa amada sendo posto acima do próprio interesse.
Isso traz implicações de proporções inimagináveis. Se você ama alguém vai fazer o que for preciso para que o outro seja feliz. Vai abrir mão do próprio bem-estar pelo do outro. Nem que para isso tenha de destruir sua própria imagem e abrir mão, literalmente, do amor-próprio para que quem se ama trilhe um caminho que será melhor para ele. Se o melhor para quem você ama exige que desconstrua o que ele/ela admira em você, meu irmão, minha irmã, faça. Desglorifique aos olhos do outro o que ele mais admira na sua pessoa. É preciso que quem você ama esteja por cima e você, por baixo, se preciso for. Não foi o que João Batista fez por amor ao seu primo – que ele sabia que era o Verbo? “Convém que ele cresça e que eu diminua” é uma regra sólida do amor bíblico. Por amor à humanidade Filipenses 2.7 mostra que Jesus esvaziou-se de sua glória. Dispa-se da sua também, se é necessário para que quem você ama fique bem.
O amor verdadeiro exigirá grande sacrifício e abnegação. Deus manda Abraão sacrificar o próprio filho, “a quem ama” (Gn 22.2),  para provar seu amor ainda maior pelo Senhor. Se Pedro ama Cristo precisa deixar tudo de si para cuidar das ovelhas do Mestre. Enquanto todos fugiram para cuidar da própria segurança, João, o discípulo amado, correu o risco de ser morto mas não abriu mão de ficar junto ao seu amigo durante toda a crucificação. Abrir mão de si pelo outro. Sacrificar-se. Desglorificar-se. Humilhar-se. Perdoar. Diminuir-se, se preciso for. Caso contrário não é amor bíblico.
O amor cristão necessariamente existe para a glória de Deus. Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo é uma regra elementar dentro dessa visão. Dizer que se ama Deus é fácil, difícil é fazer com que o amor ao próximo como a si mesmo seja fato perceptível. É impossível glorificar o Senhor se você não exerce o amor pelo próximo em atitudes práticas. Aquele que diz que glorifica Deus e ama o próximo, mas põe os próprios interesses acima dos das outras pessoas, não glorifica Deus nem ama o próximo. Quem desampara o próximo não glorifica Deus nem ama o próximo. É por isso que o egocêntrico não glorifica Deus nem ama o próximo: ama o próprio ventre. Crê que o outro existe em função de si. Esquece que Romanos 12.10 afirma: “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros”. E é muito fácil identificar quem não põe o outro acima de si e, portanto, não ama o próximo nem a Deus – e assim não o glorifica: o tal agirá sempre em seu próprio favor.
O amor bíblico também é belo. Cantares de Salomão nos mostra com clareza que Deus não nos propõe um amor de casamentos arranjados pelos pais ou desprovidos de um sentimento de profundo encantamento pela pessoa amada. Salomão era completamente embevecido pela amada e vice-versa. Amo a Deus não só porque racionalmente há razões para isso: eu o amo também porque Ele me deslumbra. Porque não há um dia sequer em que Ele deixe de atravessar meu coração. Nos períodos de minha vida em que razões variadas me fizeram cego a Cristo em meu coração e o mantiveram apenas na minha razão foi quando cometi os pecados mais torpes e vergonhosos de minha existência.
Não é porque o amor da ficção é romântico que isso desmereça o romantismo do amor verdadeiro. Amor não é uma decisão. Isso soa bacana e espiritual para os ouvidos, mas é um descompasso com a vida real e mesmo com o amor bíblico. Decisão é um dos muitos componentes do amor bíblico. Não fosse assim, como explicar declarações de amor como “Beija-me com os beijos de tua boca; porque melhor é o teu amor do que o vinho” (Ct 1.2); “Eis que és formosa, ó querida minha, eis que és formosa; os teus olhos são como os das pombas. Como és formoso, amado meu, como és amável!” (Ct 1.15,16); e “Sustentai-me com passas, confortai-me com maçãs, pois desfaleço de amor. A sua mão esquerda esteja debaixo da minha cabeça, e a direita me abrace” (Ct 2.5,6)?
Marcos 10.21 nos mostra o encontro de Jesus com o homem que preferiu as riquezas do que dar seus bens aos pobres e seguir o Mestre. Racionalmente o Senhor tinha tudo para chamar aquele rapaz de “hipócrita” para baixo. Mas o sentimento de Cristo por Ele foi empático, compassivo, pulsante. Diz a Palavra: “Jesus, fitando-o, o amou”. Sim, amor bíblico também é um magnífico sentimento. No episódio da ressurreição de Lázaro, Jesus chora de compaixão diante do sofrimento daquelas a quem amava, embora racionalmente Ele soubesse que iria ressuscitar o amigo e que o sofrimento cessaria. Mas o Cristo que despiu-se de sua glória não conseguia despir-se do coração derramado pelos seus irmãos. Deus amou Jacó e aborreceu Esaú (Rm 9.12) – explique-me esse amor pela razão, sendo que Jacó era um detestável trambiqueiro, mentiroso e enganador. Você é pai ou mãe? Tente convencer alguém de que seu amor por seu filho é apenas racional ou “uma decisão”. Boa sorte com isso. Conheço pais de filhos nada amáveis que fazem tudo por eles – e certamente não o fazem porque é o certo a ser feito, mas porque são unidos por um sentimento profundo. Por que entre marido e esposa o sentimento também não deve ser considerado no ponto de partida? Por que o amor entre homem e mulher seria um mero ato que tem sua gênese no racional? E por que amar o próximo deveria desconsiderar afetos? Repare com atenção e perceberá que, em geral, pessoas mais cerebrais fazem muito menos pelos outros do que pessoas afetuosas. Por tudo isso, não vejo base bíblica para a teoria de que amor é, primordialmente e originalmente, apenas uma decisão.
Haveria muito mais a se dizer sobre o amor bíblico. Mas o resumo é que sou obrigado a concluir que, para que possamos dizer que alguém ama como Deus deseja, é preciso que seu amor seja formado pela tríade razão + ação + emoção. O amor bíblico é razão porque exige critérios no trato com o ser amado, como a opção racional de pô-lo em primeiro plano. O amor bíblico é ação porque exige atitudes práticas que demonstrem esse amor, como a negação e a diminuição de si mesmo em prol do outro. E o amor bíblico é emoção porque se quisermos amar como Deus precisamos sentir em nós o pulsar do sentimento magnífico que o Pai demonstrou ter pelas suas criaturas, o Filho por aqueles por quem morreu e o Espírito Santo por aqueles a quem estende sua maravilhosa graça.
Ame com esse amor. Pois embora nenhum homem seja capaz de amar com o amor ideal, buscar essa meta o aproximará mais daquele que é a fonte, a expressão máxima e a mais pura essência do perfeito amor.
Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício.