terça-feira, 17 de janeiro de 2012

É possível ser cristão e ser infeliz?

Acabei de ler um texto excelente no Blog Apenas..Maurício Zágari como em todas as suas postagens consegue nos incomodar a olhar com mais amor para nosso próximo. Como é triste ver hoje dentro das igrejas pessoas cheias de soberba, com olhar superior para irmãos mais humildes, muitas vezes sendo pedra de tropeço. Em Filipenses 2, Paulo exorta a igreja a atentar para Cristo e ver seu exemplo. Jesus veio ao mundo para servir, em momento algum quis tomar o lugar de Deus, mesmo sendo o filho Dele e igualmente Deus, não agia com arrogância e nem como superior, Ele sabia que tinha de fazer a vontade do pai, mesmo que as pessoas não merecessem seu sacrifício na cruz, Ele se doou por amor ao pai. O ato de lavar os pés dos discípulos mostra isso, ele era um líder. Um líder de verdade prepara com amor seus liderados, não compete com eles, não usa de meios egoístas e mesquinhos para atingir seus próprios interesses. Amados, que a cada dia possamos buscar com zelo sermos mais parecidos com Cristo, não é fácil...Claro..Mas se não procuramos exercitar isso, não sairemos nunca do: EU SOU HUMANO..Ore, vigie, pois existe milhares de pessoas que precisam ser impactadas com seu testemunho...Deixo pra vocês agora o post de Maurício..Na paz daquele que simplesmente amou...Teresa Mesquita


Sem meias-palavras: é.
E não só é como as igrejas estã abarrotadas de cristãos infelizes. “Que é isso, Zágari, tá maluco? Crente vive feliz da vida com Jesus!” Ok, ok, mas agora vamos deixar de lado os slogans de rádios evangélicas, pôr os pés no chão e refletir um pouco sobre a realidade.
Isso é um fato. Seguir o Evangelho não é garantia de felicidade nesta vida. Na vida eterna sim, mas nesta? Pode esperar sentado. Sim, as igrejas estão lotadas de indivíduos infelizes. Pessoas que fizeram más escolhas e agora precisam conviver com elas, gente doente, solitária, deprimida… ouvem as pregações mas parece que aquilo não faz efeito nenhum. Palavras ao vento. E é aí que entramos nós, eu e você – o Corpo, os instrumentos e os canais do amor de Deus.
Infelicidade em geral se cura ou pelo menos amaina com essa arma secreta que Deus deu a cada um de nós: amor. Traduzido em calor humano. Não adianta eu dizer a alguém que sofre de câncer que Jesus o ama e mandá-lo para casa. Eu preciso abraçá-lo. Chorar com ele. Orar com ele. Amar essa pessoa. Sentir sua dor. Não adianta eu dizer para alguém que se casou pelas razões erradas que agora ele tem de engolir o choro  todas as noites e “ter fé em Deus”: eu tenho de emprestar-lhe meu ombro, meus ouvidos, meus conselhos.
Erros que cometemos e são irreversíveis aos olhos do Senhor precisam ser tratados com carinho pela Igreja, com amparo, com oração, com… amor. Não com julgamentos. Com amor. Todos erramos. Eu erro, você erra, o pastor erra. A exortação vem antes de o erro ser cometido. Se dá tempo de se consertar, é o que devemos incentivar. Mas, se ele é irreversível, já era, o que precisamos é dar colo, carinho, afeto, amor e muita, mas muita paciência.
Um homem que matou outro, passou anos na prisão e agora foi tocado por Cristo e se arrepende do crime que cometeu não precisa de dedos na cara. Não precisa de desconfiança. Ele não pode devolver a vida que tomou. Mas se está arrependido e se foi convertido, temos de amá-lo e mostrar-lhe que se ele se arrependeu de fato Deus já o perdoou e ele é bem-vindo em nosso meio. Só falta ele se perdoar. O mesmo com o ladrão. O adúltero. O mentiroso. O canalha. Todos infelizes. Todos já cometeram seus erros – mas podem ser restaurados. Ou pelo menos acalmados. E adivinha só? Por seu intermédio.
Por isso que o desigrejar-se é um erro grave, pois o desigrejado não tem o apoio da congregação. Sofre sozinho. Definha. Morre só e infeliz.
Deus não criou a Igreja à toa. Ele sabia que por trás dos muitos sorrisos na hora do culto haveria corações sangrando. Gente precisando de consolo, com o pensamento distante da mensagem pregada. Homens e mulheres que tomaram decisões erradas e agora colhem os frutos da infelicidade. Casamentos em crise. Famílias destruídas. Mães que choram pelos filhos drogados. Pacientes terminais. Doentes de moléstias crônicas. Seres humanos assombrados  pelo passado. Outros, pelo presente. Dor. Dor. E mais dor.
Uma sugestão
Quando o culto acabar, meu irmão, minha irmã, não vá embora da igreja como quem sai de um teatro. Em minha opinião, esse é o momento mais importante do culto. Deus manda amá-lo sobre todas as coisas (o que exprimimos durante o culto na adoração, na oração, na Ceia) e ao próximo como a nós mesmos. E é na hora em que o culto acaba que pomos essa parte do mandamento em prática. Olhe em  volta. Enxergue as pessoas. Repare que há algumas que permanecem sentadas, sem forças de levantar. Vá até aquela que tem a infelicidade estampada no olhar e converse com ela. Pergunte se está tudo bem. Se pode ajudá-la. Doe seu tempo. Seja o Cristo que ela não vê. Procure em especial aqueles que se  sentam nas ultimas fileiras do santuário. Dê-lhes amor. Dê-lhes amor! Espere, talvez você esteja lendo com pressa, então escrevo de novo:
Dê-lhes… amor.
Amor em forma de ouvir com paciência e interesse suas histórias de vida. De saber o nome do filho que morreu no acidente de moto. De ouvir o desabafo da mulher que chega em casa e tem que dormir com o marido que não ama. De chorar com o portador de HIV que está com falta de ar. De abraçar o solitário. Conte histórias de restauração promovidas por Jesus. Fortaleça a fé do desesperançado. Faça algo!
Faça algo!
Pois tenha a certeza: as igrejas estão cheias de pessoas infelizes. E sim, Deus faz milagres. Mas o maior milagre que Deus pode fazer para ajudar uma pessoa infeliz é tocar no teu coração, meu irmão, minha irmã, para que você não se preocupe apenas com a tua vida, mas ajude a diminuir a infelicidade alheia. E aí, quando a Igreja começar a amar a Igreja, estaremos começando a ser Igreja.
Paz a todos vocês que estão em Cristo

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