quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A prioridade da igreja nessas eleições presidenciais não é votar

Não quero, com este artigo, estimular os cristãos a não votarem. Todos os cidadãos devem votar, exercendo o seu direito de escolher os seus representantes. Não obstante, desejo reiterar que as armas da nossa milícia não são carnais (2 Co 10.4). A arma principal da igreja não é a militância política nem o voto.


Precisamos de evangélicos sérios, honestos, para nos representar no senado, na câmara federal, nos Estados, etc. Mas não é isso que vai deter a ação do Maligno. A nossa luta não é contra carne e sangue, e sim contra principados, potestades, hostes espirituais da maldade e príncipes das trevas deste século, nos lugares celestiais (Ef 6.11,12). E, para esse combate, temos armas adequadas (vv.13-18).

É claro que existem leis terríveis contra a igreja, a família, a vida, a liberdade de expressão, como muito bem nos tem alertado o lúcido e equilibrado pastor batista Paschoal Piragine (foto). Os líderes que demonstram preocupação quanto a isso estão cobertos de razão. Por outro lado, não podemos pensar que a solução de todos os nossos problemas está em não votarmos em um determinado partido político.

Como eu já declarei, nunca votei no PT e não votarei na senhora Dilma Rousseff. Conheço bem os seus ideais, que se contrapõem à Palavra de Deus. Por outro lado, o fato de Marina Silva ou José Serra vencerem as eleições presidenciais não será suficiente para impedir que as tais leis contrárias à família, à vida e à liberdade de expressão sejam aprovadas.

Marina Silva é evangélica e assembleiana. Mas, se eleita, terá de governar para todos, e não para os evangélicos. O mesmo se aplica a Serra, a despeito de não ser ele evangélico. Quanto à candidata Dilma, que deve vencer (talvez em primeiro turno), ela dará continuidade, pelo que tudo indica, à agenda de Lula, do PT e do liberalismo.

Os evangélicos não devem mesmo votar em candidatos ligados a partidos que, declaradamente, são favoráveis ao aborto e contrários a ideais que Deus, em sua Palavra, estabeleceu para a família. O candidato ou partido favorável ao aborto deve ser descartado de imediato, sem discussão. Isso, inclusive, deveria valer para um certo bispo evangélico (evangélico?), dono de uma rede de TV... Vejo cristãos afirmando: “Vamos boicotar a Globo”. Mas, o que dizer da emissora do tal bispo, o qual apoia de modo peremptório o aborto?

Penso que nós deveríamos estar, nesses dias tão difíceis, orando, jejuando pela nação, mas também apresentando a verdade do Evangelho, pregando contra o pecado. As armas da igreja são, prioritariamente, espirituais. Mas isso não nos impede de votar. Em candidatos evangélicos? Não, necessariamente.

É evidente que, se houver gente nossa, irmãos compromissados com o Reino de Deus e preparados para o cargo almejado, devemos sim votar neles. Eu mesmo conheço irmãos em Cristo que merecem o meu voto, por serem capazes e terem um bom testemunho. Contudo, há também os oportunistas, movidos por intere$$e$ outro$, os quais se valem da ingenuidade do povo evangélico para se elegerem.

O REINO DE CRISTO NÃO É DESTE MUNDO; não é político (Jo 18.36). Muitos evangélicos querem dominar o mundo, dominar o Brasil politicamente. Quando lemos Atos dos Apóstolos, vemos que nem a igreja primitiva conseguiu isso! Ela foi uma igreja vigorosa, seus líderes caíam na graça do povo, influenciando positivamente governos e “sacudindo” o mundo. Mas ela foi perseguida. Por quê? Porque não se omitiu. Ela pregou um Evangelho cristocêntrico, confrontador, e não esse evangelho do entretenimento, contextualizado, agradável, antropocêntrico, que a igreja brasileira está pregando.

Estamos com medo de perder a liberdade, apavorados com a possibilidade de sermos perseguidos... Então, a solução é votar contra os inimigos. Certo? Errado! Primeiro, a igreja não deveria estar com medo. Ela deveria fazer a sua parte, usando as armas da sua milícia, que são poderosas em Deus (2 Co 10.4,5; Lc 10.19). A igreja primitiva, ao ser perseguida, orou a Deus — orou, mesmo! —, e os crentes foram cheios do Espírito e anunciavam com ousadia a Palavra de Deus (At 4.29-31).

EM NOSSOS DIAS, PARECE SIMPLISTA, SIMPLÓRIO, CONVIDAR OS IRMÃOS A ORAR PELA NAÇÃO, PELOS GOVERNANTES... Contudo, em 1 Timóteo 2.1-3, temos a seguinte promessa, ligada à oração: “Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens, pelos reis e por todos os que estão em eminência, PARA QUE TENHAMOS UMA VIDA QUIETA E SOSSEGADA, em toda a piedade e honestidade”.

Vote, meu irmão; exerça o seu direito como cidadão. Não vote em candidatos declaradamente contrários à vida, à família, à liberdade de expressão. Mas lembre-se de que você tem armas muito mais poderosas do que o voto. Você é diferente das pessoas do mundo. Há um tesouro dentro do seu coração (2 Co 4.7; Jo 14.23), bem como uma espada do Espírito, em uma de suas mãos, e um escudo da fé, na outra (Ef 6.16,17).

Caro líder, não seja frouxo no dia da angústia (Pv 24.10). Fortaleça-se no Senhor (Ef 6.10). Você tem um cinto da verdade devidamente afivelado, o qual segura bem a espada do Espírito (a Palavra de Deus). Além disso, tem uma couraça da justiça, está calçado com a preparação do Evangelho e possui um capacete da salvação na sua cabeça (vv.14-17).

Meus queridos irmãos, ante as ameaças contra a igreja que estão sendo divulgadas na Internet, não nos esqueçamos de orar em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito (Ef 6.18), para que possamos “estar firmes contra as astutas ciladas do diabo” (v.11).

Em Cristo,

Ciro Sanches Zibordi

Fonte:  http://cirozibordi.blogspot.com/search?updated-min=2010-01-01T00%3A00%3A00-08%3A00&updated-max=2011-01-01T00%3A00%3A00-08%3A00&max-results=50

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